Texto de Taty Guimarães
E eu sonhei com teu cheiro, teu calor, teu olhar... tudo bem pertinho de mim.
Assim: nós conversávamos sobre o nosso labor, uma conversa franca, você me aconselhando a agir de uma forma diferente, a ser mais atenta, a estudar mais o assunto, a tratar mais friamente as pessoas (dizendo que tinha ciúmes quando abraçava e beijava outros amigos). Ensinando-me a observar melhor tudo ao meu redor, e, principalmente, a não ter medo de ficar sozinha, assumindo tudo porque você iria sair para outro rumo e ter mais sucesso no que sabia fazer.
E enquanto você falava, eu ficava te olhando, pedacinho por pedacinho, os olhos, a boca, as mãos, o peito (pois estava sem camisa), bem de pertinho, sentindo teu cheiro, absorvendo teu calor, e eu conseguia sentir o sangue correr em minhas veias mais forte que o habitual, eu conseguia ouvir minha respiração ofegante, eu conseguia sentir no peito meu coração batendo forte, pesado, feliz... isso tudo enquanto te ouvia, calada, sem ação, assim, bem quietinha no teu colo.
E quando me fazia rir, você me abraçava e beijava meu rosto tão levemente, tão docemente, e eu conseguia sentir o teu sangue correr em tuas veias, a tua respiração ofegante, o teu coração batendo forte, pesado, feliz... no mesmo compasso do meu. E eu olhava teus olhos quando você segurou meu rosto e disse que precisava me dizer uma coisa muito importante: ...
O celular tocou e eu acordei, hora de ir trabalhar.
Mas você ainda vai me dizer uma coisa muito importante, eu sei.