segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Novos membros, novos textos



Praça Seisaburo Ikeda - Jardim Guanabara-Araçatuba-SP
vista do alto, Google Maps.
Quando decidi criar meu blog tinha a certeza que ele seria usado para relatar as situações cotidianas da minha cidade, e ou eventualmente para relatar casos vividos, situações comuns de um cidadão em sua cidade, coisa absolutamente normal!

Via muita coisa errada e dentro da minha passividade observei que o mesmo acontecia com outras pessoas dentro da coletividade, e aí pensei...

-Vou criar um blog, e utilizarei a internet para dar voz aquelas coisas ruins, malfeitas, e "não feitas" que a gente vê todo dia e nada faz para que elas mudem.

É verdade! Nós, enquanto cidadãos observamos muitas coisas erradas no nosso dia-a-dia em nossa cidade, estado, país, refletimos, comentamos, mas as autoridades constituídas mesmo nem ficam sabendo desse descontentamento. Muitas vezes não falamos, pois imaginamos que “nunca dá em nada” ou que se falarmos, nosso (s) pleito (s) ficará (am) no "vazio."

Temos várias praças em Araçatuba, antigamente eram lugares onde as famílias se juntavam para levar os filhos para brincar, os pais reviam velhos amigos, uma época onde não tinha tanta violência e nem televisão. Na verdade até tinha a televisão, mas ela não tinha a força que tem hoje como desagregadora de famílias e desinformadora, mas isso já é um tema para outro post.

Quero me ater ao lugar, onde as pessoas sentavam, comiam sua pipoca, observavam seus filhos brincarem. Na praça central de Araçatuba - a Rui Barbosa, ou Praça do Boi Gordo, vários pipoqueiros se colocavam ao redor da mesma vendendo além da pipoca, várias guloseimas, próximo a praça tinha um cinema que se chamava Peduti, as pessoas depois de assistirem aos filmes caminhavam até a praça para fazer o que os antigos chamavam de foot!

Pois bem, entre tantos relatos de coisas que deveriam ter sido feitas, encontrei uma situação que quero compartilhar com você caro leitor, acredito até que isso com muita sorte pode estar acontecendo em sua cidade.

Como eu dizia entre tantas praças que existem em Araçatuba, hoje a algumas encontram-se abandonadas, sujas necessitando de reparos, porém, existe uma no bairro Guanabara denominada Praça Seisaburo Ikeda que não está localizada na área central da cidade, disse isso, porque a noção que temos é que, quanto mais nos afastamos do centro da cidade, pior é!

Essa praça porém, contraria esse pensamento, pois é muitíssima bem conservada, limpa, iluminada, toda florida, arrumada mesmo, dá gosto sentar em um dos seus bancos limpos, e com a família passar algumas horas admirando a natureza.

Obra da prefeitura? Não!

Uma moradora, uma senhora de 62 anos pensionista que atende pelo nome de Zoraide Marques de Almeida é a responsável pela exceção, e segundo ela, esse trabalho é feito há aproximadamente 12 anos.

Ela varre, lava, limpa, cuida das plantas, faz de tudo para manter a praça em ordem, sabe de onde vem o dinheiro para a compra dos produtos necessários à manutenção da praça?

Criou-se no bairro uma pequena “caixinha”, aproximadamente R$ 300,00 por mês onde alguns moradores e simpatizantes da praça fazem as doações, e esse dinheiro segundo a Dona Zô (como ela gosta de ser chamada!) é usado para comprar mudas de plantas, ferramentas, veneno, pequenos reparos, etc...

Não é engraçado? Na verdade não! Um Município com toda a sua estrutura gigantesca não dá conta de manter as praças em ordem, e um morador, com a ajuda de alguns outros, e com uma pequena quantia doada consegue fazê-lo!

Tudo bem, você deve pensar...

-Ah mas o município têm várias praças! É verdade!

Mas em algumas áreas da cidade, determinados trechos de avenidas para ser mais exato, são “adotados” por empresas que conservam aquele pedaço com direito a propaganda da empresa e tudo, e a dona Zô com seus R$ 300,00 faz o mesmo pela praça inteira, e são3.532,17 m2!

Não estou querendo divulgar essa ou aquela pessoa, entendo que todos nós cidadãos temos a obrigação de zelar pelo público, pelo comum, mas o que me chamou a atenção, foi o desprendimento, a boa vontade de uma pessoa, que abre mão do seu descanso (é pensionista!) para dedicar-se a conservar um lugar comum, tornando-o agradável, belo, para que dele todos possam desfrutar, e isso merece ser ressaltado.

Antes tivéssemos mais cidadãos, com esse pensamento, assim, nossas cidades com certeza seriam melhores.

Fica uma dica aos nobres vereadores:

-Porque não se cria uma Lei dando incentivos fiscais para que as empresas adotem as praças e as conservem mediante uma quantia mensal?

Poderia abater esse valor doado/investido no I.P.T.U, no I.S.S.Q.N, da empresa que doou/investiu, não poderia?

Também entendo que se é investimento/despesa não se está abrindo mão de receita!

A prefeitura teria menos trabalho, as empresas seriam beneficiadas, e a população mais ainda, pois poderia contar com espaços arborizados, limpos bem cuidados e seguros!

Diminuiria um pouco a receita do município imagino, mas a cidade ganha, a população ganha, a cidade como disse fica mais bonita, harmoniosa, atraente para pessoas que não moram aqui, e nos visitam.

Dá trabalho, dá! Mas administrar é isso! Criar, desenvolver, trabalhar, mudar, não é isso que sempre é dito nos palanques com veemência na ocasião da eleição?

Então,vamos colocar em prática!