sexta-feira, 8 de junho de 2012

É o amor - Ao Dia dos Namorados


Pedro César Alves

Há muitos amores espalhados pelos cantos deste nosso planeta e, próximo ao dia destinado como ‘Dia dos Namorados’, nada melhor que escrever sobre estes amores – e sobre alguns criados dentro do mundo literário onde quase tudo é possível.

Temos que lembrar que há amores para todos os gostos, tons, sons, cores, rumores e dores. Os literários, possivelmente não vividos por seus idealizadores, mas desejados – passam os personagens a viver. Assim, deliciam-se os leitores, delicia-se o criador da obra – e, em particular, delicia esse prosador por pensar assim (que é assunto passível de discussão).

Os gostos variam de acordo com as preferências e alguns o avaliam de acordo com as apresentações pessoais de cada um: alguns levam a vida mais a sério, outros em menor seriedade, outros em banho-maria, por assim dizer – mas em todos há um toque de amor; talvez de desejo. Cada um dá o tom que acha necessário ao seu amor – uns para mais, outros para menos, mas para agradar a si e ao parceiro/parceira é preciso conhecer as escalas ‘musicais’ que a vida proporciona a cada um, incluindo – às vezes – vários instrumentos musicais, formando um acorde perfeito.

Variam muito os sons e dependem do estado de espírito de cada envolvido. Alguns emitem sons mais serenos, outros nem tanto, às vezes até estridentes – mas para o amor acontecer e os ‘sons se acasalarem’ muito se sofre, mas após toda tempestade é sabido que vem a bonança, e com ela a calmaria, a prosperidade – o envolvimento. As cores do amor nem sempre são as mais claras possíveis – temos que lembrar que em algum momento é preciso cores fortes em nosso dia. Além de lembrar que há algumas cores que durante o caminhar deixa-nos com pensamentos embaraçados e dizemos a nós mesmos que não está acontecendo aquilo... Mas temos que deixar tudo de lado e buscar saídas, pois nem sempre a vida é um mar cheio de rosas – pois mesmo as roas em todo o seu esplendor possuem belíssimos espinhos!

Rumores sempre estarão presentes dos corações enamorados – esquisito pensar: amor com coração – penso que amor é algo sentido, se é sentido, é pensado a partir do cérebro. E aqui fica registrado o meu rumor perante o amor: certas ‘coisas’ não valem o meu sofrer. As dores ficarão por conta daqueles que gostam de sofrer, pois Vinicius de Moraes disse em seu Soneto de Fidelidade, última estrofe: ‘Eu possa me dizer do amor (que tive): / Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure’.

Quanto aos amores literários temos exemplos dos mais variados possíveis – penso que os autores destes amores sofreram muito – mesmo que ficcionais, mas engendraram tramas que persistem até nossos dias invejáveis em suas construções – citar apenas alguns. Bentinho e Capitu, em Dom Casmurro, de Machado de Assis – que aos olhos da grande maioria, é perturbador não saber se houve ou não a traição de um amor cultivado por vários anos. O próximo que citarei, a meu ver, é um tanto grotesco: João Romão e Bertoleza, em O Cortiço, de Aluísio de Azevedo – João Romão afeiçoa-se de Bertoleza pelo que ela tem – e pela ajuda que a mesma pode oferecer a ele, trabalhando todos os dias da semana (forçando até uma carta falsa de alforria, mas no final entrega-a aos seus donos) – ganância pelo poder. E, pra terminar, citar um estrangeiro: o amor de Romeu e Julieta, de William Shakespeare, onde as famílias viviam em guerra, mas os jovens – com suas mortes – aproximaram as famílias.

E assim é o amor que em seu caminhar não pede passagem, apenas chega de mansinho e apodera-se de nosso ser – uma verdadeira flecha – e cabe apenas sermos amantes! A você, Aninha, dedico estas palavras; dedico o meu amor...