Ana Laura Maziero
Olá pessoal. Nos dias 4, 5 e 6 de maio, na cidade de Serra Negra, aconteceu um dos maiores eventos relacionados aos Direitos da Criança e Adolescente, a 5a Conferência Estadual Lúdica dos DCA. Como o próprio nome já diz, a conferência tem como objetivo discutir os eixos propostos no Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, focando uma participação dinâmica de jovens, sem a interferência expressiva de adultos, que já participam da Conferência Convencional dos DCA; tudo para a maior participação dos jovens e crianças na construção de políticas públicas que serão para benefício deles mesmos.
Antes de ir para a Conferência Estadual, passei pela Municipal (aberta a todo o público) e pela Regional (esta, apenas para delegados eleitos). Como fui eleita na Regional, fui para a Estadual, e nos dias 11 a 14 de julho, irei para a Nacional, em Brasília. Um fato muito interessante que pude observar foi o desejo dos jovens de participarem ativamente da construção de políticas. Parecia que eles não queriam "deixar" nada nas mãos dos adultos. Isso até certo ponto é bom, mas no fervor das discussões sobre os temas, alguns se assemelhavam até a militantes. rs
No dia 5 de maio, fomos separados em oficinas, para discutir os Eixos, que são:
Eixo 1 – Promoção dos Direitos de Criança e Adolescentes
Eixo 2 – Proteção e Defesa dos Direitos
Eixo 3 – Protagonismo e Participação de Crianças e Adolescentes
Eixo 4 – Controle Social
Eixo 5 – Gestão da Política Nacional dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes
O eixo que participei foi o 3, e fui também relatora do subgrupo em que estava. A atuação do grêmio estudantil, juntamente com o CMDCA (Conselho Municipal de Direitos da Criança e Adolescentes), foi um dos pontos mais abordados nesse eixo. Eu, como integrante presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Fênix, não pude deixar de ficar feliz com isso. É muito bom quando escola, alunos e governo se unem, e creio que essa aliança pode gerar frutos muito bons para crianças e adolescentes.
Aqui vai um trecho do texto lido na 9a Conferência Estadual (Convencional) dos DCA, produzido pela psicóloga, educadora ambiental e gestora de sonhos Muriel Duarte, de 25 anos:
"O momento democrático que estamos vivenciando durante a 9ª Conferência Estadual dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente é único e maravilhoso. Crianças, adolescentes e adultos de todo o Estado de São Paulo, com suas histórias e visões de mundo singulares convivendo em um espaço comum, envolvidos pela mesma causa: o bem-estar dos principais protagonistas do nosso amanhã.
No entanto, temo que estejamos criando o futuro das nossas crianças e adolescentes utilizando ferramentas do passado: diante de divergências de opinião, as pessoas envolvidas nesse processo de construção coletiva buscaram soluções de forma competitiva, por meio do grito, da agressividade, evidenciando a vaidade individual e o medo. Eu penso que mais importante do que o que nós fazemos é como nós o fazemos. (...)
Seria possível que cerca de 500 pessoas se conectem a um propósito comum e a partir disso, passem a atentar para sua energia individual? (...) Encontrar soluções para questões coletivas de forma democrática exige que cuidemos da nossa postura a fim de nos orquestrarmos, criando um compasso ritimado que torne possível a emersão de uma inteligência coletiva, afinal como disse Einsten 'O todo é maior que a soma das partes' e a soma de todas as nossas potencialidades é muito maior e mais poderosa que nossas potencialidades individuais.(...)
É preciso algo simples, que as crianças conhecem bem e que muitas vezes nós nos esquecemos: o amor."
Agradecimentos
Quero agradecer à professora Marly Garcia, por viabilizar um caminho para que eu pudesse desenvolver meu gosto pela política; e por me apoiar em tudo. Você é demais!!
Quero também agradecer à professora Marinês, presidente da Comissão Regional para a Conferência Estadual, membro do CMDCA de Araçatuba, e minha grande incentivadora. Seu amor pelas crianças e seus direitos é incrível!! Obrigada por tudo!!
Discutimos e propomos muitas coisas sobre os nossos direitos, mas sem o cumprimento de nossos deveres, de nada valem os direitos. Devemos ser crianças e adolescentes multiplicadores do que aprendemos, e protagonistas na construção de políticas voltadas para nós e nosso futuro.