quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O eco do meu silêncio


Katharynny Gabriella

Desprendida dos meus sonhos, a luz desapareceu em um segundo ínfimo
em que a vida esvaíra-se de seu corpo,
o brilho dos olhos se perdeu em um abismo que não foi escolhido,
que lhe foi imposto, tirando de mim o sopro de minha felicidade,
agora enterrada com seu coração que já não bate,
que continua vivo apenas em minha mente,
onde ainda posso senti-lo pulsando vida em seu corpo.

Agora leio o poeta do menino morto que ficou cravado nas paredes do meu coração,
cada letra escrita com sangue ecoa em minha mente,
flagelando meu peito, sua alma solitária vaga nos meus dias
junto com a lembrança de sua doçura que nem mesmo o tempo conseguirá desfazer,
e quão injusta é a morte, que apenas leva os que não deviam partir,
que abraça fria os bons enquanto ignora os maus...

E a esperança findara-se com a precoce partida que meu coração se recusa a aceitar.

Os dias tornaram-se cinzentos e a cidade que até então parecia minúscula,
agora tornou-se ampla e vazia.

As noites choram a saudade daquele que o coração nunca esquecerá,
que nem mesmo os laços de sangue foram precisos
para que se tornasse uma parte única do meu ser.

E quando a tristeza vem, sempre traz consigo companhia,
e agora me visitam tais entidades...

Cada batida do meu coração é como se fosse uma punhalada no meu peito,
nem mesmo as lágrimas são suficientes para aplacar a dor que sinto,
minha alma da seus gritos silenciosos que ecoam no mais longínquo pesadelo
em que eu vivo desde que tudo acabou,
desde que a minha vida entrou em um emaranhado de lágrimas
que nem mesmo as trevas conseguem acalmar...