Texto de Matheus Farizatto
Ao assistir à terceira parte da saga “Crepúsculo” – a primeira de mesmo nome e a segunda, “Lua Nova”, achei uns POOORREs –, saí do cinema satisfeito! – Aeee! Pelo filme, “Eclipse” – o melhor dos três, DE LONGE! – e pela companhia de uma amiga que não via há tempos – bjo, Nádia!
Nunca me interessei muito pela série. Ler qualquer uma das obras é fora de cogitação – minha prima é fã e tem todas; bjo pra Ju! – e nesta sessão não foi diferente. Apesar de o cuidado com o filme ter sido muito maior – até os personagens estão melhores, inclusive a “ex-insossa” Bella, a adolescente humana –, a abordagem continua um tanto “TeenSemSal”.
O bacana é que a história traz um dilema amoroso completamente possível – dentro ou fora da adolescência – com exemplos de experiências e escolhas a serem feitas com base em nossa personalidade e necessidade do momento, muito possíveis em nossa “mera mortalidade”.
Em “Eclipse”, Bella – a adolescente humana, como já disse – deve escolher entre seus dois grandes amores: o vampiro Edward e o lobisomem Jacob.
PAUSA PARA APRESENTAÇÃO
Apesar de ambos aparentarem jovens, Edward é um vampiro com sei lá quantoSCentos anos – são muitos, mais de cem! –, bonito, bastante branco, de pele fria, com o poder de ler mentes – menos a de Bella –, com vocabulário rebuscado, hábitos e cortejos de outra época, IMORTAL – uia, só! Pois já está morto, também não envelhece nunca –, extremamente paciente, possui um carro importado preto, um jeito mais sofisticado e sério, como ele; e com um amor incondicional por sua amada! – Biurifú!
Do outro lado do ringue, Jacob: o lobisomem adolescente, também bonito, pele bronzeada e quente, seu único poder é poder se transformar em lobo quando quer, vocabulário simples de sua idade, jeito tímido e corajoso para conquistar (em vez de cortejos), mortal, envelhece como um humano, coração batendo o tempo todo, age conforme seus instintos – às vezes impaciente –, possui uma grande moto, um jeito menos sério de ser; e louco de amor por sua menina, Bella! – Biurifú também!
ENTÃO, BELEZA...
Ok! Durante quase todo o filme, Bella fica “biscateando” – eu acho isso, posso? (risos) – entre um e outro. Diz que ama os dois, porém, ama mais um deles – que depois eu conto qual é e por que ela o escolhe. E assim fica, enquanto decidi o destino que deverá seguir. Passar a eternidade como vampiro ao lado de Edward ou viver naturalmente ao lado do lobo Jacob?
O que eu tirei do filme foi a escolha prática (ou não) em nossas vidas. Em “Elipse”, o vampiro e o lobisomem simbolizam pessoas e seus perfis, que passam por (ou surgem em) nosso caminho.
Vejo o vampiro Edward como aquela pessoa mais velha, experiente, que se diferencia bastante de você – pelo menos daquilo que você é hoje. O bom moço já tem uma história de vida. É todo formal. Sua vida já está bem encaminhada, muita coisa já lhe aconteceu, e ele te convida para entrar nela. É você passando a fazer parte da vida de uma pessoa que mudará pouco, talvez quase nada.
E você? Deve abrir mão da sua, de certa forma. Abrir mão de algumas coisas que ele nunca entenderá, pois ele não tem esses mesmos sentimentos. Não como você os tem. Deve passar a ser imortal, ao modo dele. Deixá-lo transformá-la. Entregar-se de corpo e, principalmente, alma.
Com isso, o rapaz te pega pela mão. Te abraça e te leva com ele. Te ama sem dúvida sobre o que sente. Só é preciso que você doe-se por completo.
No lobisomem Jacob, vejo uma pessoa tão jovem (por dentro) quanto você. As experiências dele o fazem tão inexperiente quanto você. Nada de formalidades. A vida dele está só começando, ainda não viveu as principais coisas, e ele te convida para entrar nela. É você passando a fazer parte da vida de uma pessoa na mesma proporção que ela da sua. Uma pessoa que talvez ainda poderá mudar muito.
E você? Deverá abrir mão de coisas que ele não concordar, da mesma forma que ele oferece a possibilidade de deixar pra lá coisas que você não compreende. Afinal, ambos sentem as mesmas necessidades. Deve pular em um destino o qual você desconhece completamente. Será assim para os dois. Mas sem sacrificar-se ou transformar-se em nada. Entregar-se ao relacionamento de corpo e alma.
Com isso, o rapaz pega em sua mão. Te abraça e te leva com ele. Te ama sem dúvida sobre o que sente. Só é preciso que você doe-se tanto quanto ele.
E aqui estão duas possibilidades de relacionamento. Não acho que há certa ou errada. Não há mesmo. Depende daquilo que você espera e procura. Depende do seu momento e de quem você é.
Posso dizer que já passei por um relacionamento muito próximo a uma dessas situações. Foi muito importante pra mim, para o momento em que eu estava, mas não durou para a vida inteira. Talvez a outra possibilidade seja melhor pra mim? Ainda não descobri. Estou em um momento de aprendizado em meio a um eclipse total.
No final do filme “Eclipse”, Bella se entrega aos cortejos do vampiro Edward Cullen. Ele a pede em casamento e em breve irá transformá-la em vampiro como ele para passarem toda a eternidade juntos.
O bacana é que na cena final, a moça justifica sua escolha: “Não fiz isso por você, desculpe”. Bella diz que escolheu a ele, por ela mesma. Por sua vida. Diz que sempre se sentiu deslocada no mundo mortal. Foi como se ela sempre precisasse ter feito isso para viver feliz.
Sua escolha dependeu daquilo que ela sempre esperou e procurou. Dependeu de quem ela é. Ele foi apenas a melhor possibilidade para ela fazer sua própria felicidade.
Gostou do texto? Concorda? Não? Já viveu alguma dessas possibilidades de relacionamento? Como foi? Qual seria o melhor pra você?