quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Que tudo se realize...


Texto de Lucimara Souza

Todo final de ano você já espera a clássica melodia: "Adeus Ano Velho, Feliz Ano Novo, que tudo se realize no ano que vai nascer. Muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender".

Adeus remete a uma ideia de despedida, de separação, e isso inegavelmente leva a certa nostalgia. O último vira primeiro em tudo o que você faz ou fala: o último mês, a última semana, o último dia de trabalho, o último telefonema dado, o último post escrito, dentre tantos outros "últimos".

Às 23h59, seu - também - último dedo da mão se desprenderá de 2010 para sempre. Só de imaginar, uma tristeza dá sinal de vida aí no fundo do seu peito. Você começa, então, a listar na agenda de seu íntimo tudo o que deixou de fazer, indo contra aquela insistente teoria: "não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje".

O sorriso que não doou, o colega que não perdoou, a visita ao doente que não fez. A roupa que deixou de comprar, a atenção ao filho que não deu, a matéria que não estudou. O doce que não comeu por medo de engordar, a oportunidade que perdeu de conquistar, o obrigado que esqueceu de pronunciar...

Enfim, você economizou tanto a vida, que o ano se despede em poucas horas, restando apenas as memórias. O arrependimento por ações não completadas, por palavras não proferidas ou pelo tempo perdido com inutilidades te atormentam, no entanto, você é humano e as emoções se hibridizam de tal forma, que seu coração, sempre esperançoso, se rejubila ao saber que em breve estará nos braços abertos e acolhedores de 2011.

Difícil analisar se o ano foi bom ou ruim. A questão é bastante relativa. Para quem perdeu algum ente querido ou ficou desempregado, foi um tempo triste, todavia, para quem passou no vestibular, conquistou um novo amor ou ainda assistiu ao nascimento do filho, a emoção foi peculiar e a marca indelével na vida.

Todos esperam que 2011 seja um ano mais feliz, brilhante, cheio de desafios e boas oportunidades. Que tudo se realize, como diz a canção, é o que se espera e mesmo que não se tenha o muito dinheiro no bolso, é imprescindível gozar da boa saúde pra dar e vender.

Não obstante, meus amigos, sejamos verdadeiramente pessoas em relação ao nosso próximo. Pessoas capazes de descobrir, utilizar e cultivar o que temos de melhor para fazer o bem aos outros.

Mais do que a passagem do ano par para o ímpar, precisamos fazer da nossa vida um recomeço. Que nosso ser, nosso sentir e nosso viver registrem expressivos momentos nos 365 dias que vêm chegando. Afinal, o clássico do réveillon tem que manter a harmonia e o perfeito tom.

E eu, aproveitando mais uma vez da sensibilidade que Deus esqueceu em mim de transformar meus anseios e pensamentos em "coisas" escritas, desejo, aos meus leitores e seguidores e aos que ainda me (re)conhecerão em 2011, um ano de luz, (textos) e reflexões.

Até mais!

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Este texto foi escrito no final de 2009 para postagem em 2010. Hoje trago-o readaptado.