sábado, 11 de dezembro de 2010

Recordações


Texto de Paulo Sérgio Neves

As recordações invadem minha alma,
Nem sempre foi assim,
Seu sorriso fácil, suas boas-vindas eram para mim,
Um alento, um lugar no paraíso.

Lembro-me da sua preocupação,
Do seu “estar-se solidária”,
Do receber-me no portão,
Do seu perguntar, do seu exigir em querer participar da minha vida,
E dessa forma, sentia-me protegido, seguro, amado,
As despedidas eram breves, mas alegres, pois no outro dia sabia que próximo a ti estaria.

Você nada exigia, apenas e tão somente você queria,
Participar, estar junto aos seus,
Minha alegria era infinita, imensurável como o tempo,
Mas a vida muda, os caminhos por capricho do destino,
São reescritos, coadjuvantes que somos nessa vida,
Não nos cabe editar o destino, apenas segui-lo.

Não pensei que um dia seria assim,
Não imaginava o quanto finito é a nossa existência,
Como a vida poderia ficar sem sentido,
Sinto falta do seu abraço, do seu sorriso da cumplicidade que existia,
Hoje, homem feito ainda procuro, nas minhas recordações seu colo, sua proteção.

Não encontro esse lugar, vejo apenas um vazio,
Sei que você descansa plácida, mas inerte,
Estando viva apenas em minhas memórias,
Ainda sim iluminando minhas memórias, trazendo à tona, momentos de extrema beleza e alegria,
No seu túmulo apenas um nome,
Um conjunto de letras cujo significado aos outros,
Parece tão igual, tão comum.

Para mim o sentido é outro, guarda na junção das letras, lembranças,
Momentos de alegria, sentimentos únicos de quem um dia,
Viu você partir, deixando gravado em minha memória, três letras,
-Mãe!
Queria poder apenas um dia poder te encontrar, olhar dentro dos seus olhos, dizer à você,
Que falta você me faz!