Texto de Lucimara Souza
Olá, tudo bem?
Eu não me sinto bem hoje.
Você sim, deve estar muito bem e feliz com seu egoísmo. Aliás, sua única preocupação é você mesmo e com a tal amiga que nunca irá te abandonar. Até entendo o contrato de fidelidade de vocês.
Francamente, eu entrego os pontos.
Sabe... Percebi que minha amizade para você não vale de nada, que o apoio da sua família é desnecessário e que você se basta junto dela - sua tal fiel amiga.
Se sou ciumenta? Não, claro que não. Apenas queria preservar aquela amizade que eu julgava ser mais importante para você. Quanta pretensão a minha!
Acho que temos que valorizar quem também nos dá valor. Eu aprendi a ser assim e é por isso que nunca me magoei tanto. Se pisou na bola comigo, tá fora da lista de prioridades.
Cresci assim. Difícil mudar, hein...
Pouco a pouco você tem se tornado indiferente, não só pra mim, mas para tantas pessoas que sempre te quiseram bem. Pessoas que te apoiaram quando você precisou, amigos que te ouviram quando precisava desabafar ou riram com você quando, falsamente, você dizia que estava restabelecido e bem. E foram tantas outras mentiras...
Que mundo é esse em que você passou a viver?
Quando lembro de todos os verbos que lancei ao vento, entristeço-me.
Por deixar de dar atenção a quem precisava para prestar minha atenção aos seus lamentos é que hoje bato na cara e reconheço o quanto fui tola.
É desgostoso saber que você não tem consciência do que é família, do que é amizade, do que é respeito pelo próximo. Mais lamentável ainda, é sentir que não aprecia o que é o amor. Falo do amor em sua concepção mais plena. Amor de mãe, amor de irmão, amor de família... Amor de amigo, amor pelos valores, amor de e por Deus, amor pela vida...
O único amor que você reconhece é o amor que preza por essa que avalia como amiga. Nem digo que não saiba que é um amor de interesse. Você só precisa aceitar. Pra isso é preciso coragem, coisa que até agora você demonstrou não ter. Dói dizer isso, mas você é um covarde!
Nossa, que dura estou sendo. Será?! Sou apenas verdadeira e só esperei eu também criar coragem para explicitar minha ira, meu desalento.
Você é adulto, responsável pelos seus atos, e muito persistente. Persistente em degradar sua vida por causa dela.
Há quem diga que você é fraco. Fraqueza?
Pra mim isso é só desculpa pra quem não quer olhar nos olhos, pra quem tem medo de perder a moral. "Moral"...
Desisto. Agora é por sua conta.
Não venha me dizer que é ou está infeliz. Só depende de você, que tem e teve frequentemente diversas oportunidades de se livrar do vício de encontrar essa amiga aí. Essa amiga droga, de inicial minúscula mesmo... E pior: percebi que, de amigos, vocês passaram a ser amantes. Como doeu. Senti-me traída.
Todas as vezes em que disse ter se separado dela, acreditei. Bobagem... Bem que poderia ter imaginado que ela é mais importante até que sua própria vida. Assim a considera.
Jogou pelo ralo as chances que teve de se esquivar do (re)encontro com ela. Que paixão louca, não?!
Se tenho compaixão? Antes eu sentia, hoje sou fria.
Se estou errada, não sei. Eu só peço que Deus me perdoe e dê forças para aqueles que ainda acreditam em você.
Era isso.
Passe bem daqui pra frente.
Amélia Oliveira