segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Eita!



Eu viajei, por conta da profissão, quase a minha vida inteira. Mas as viagens que eu gostaria de fazer eram outras. Ir para além dos mares, restaurantes de alto luxo, transatlânticos de sonhos e aviões idem, dormir em hotéis indescritíveis.

Trabalhei duro, fiz economias e tive o meu sonho. Até que do Brasil para o exterior, tudo mais ou menos...mais para menos. Foi só de oito horas o atraso do avião. Fui direto para Dubai, que miséria pouca é bobagem. Hospedei-me logo no Burg al Arábia. Não, não fiz de carro o traslado aeroporto-hotel. Usei logo um helicóptero, pois nele existe um heliporto... Que vista panorâmica!

Na primeira noite, pedi à direção do hotel um carro para locomover-me pela cidade e me deram um Bugatti Veryon. Coisa miúda, mas bom carro.

Não sei se foi o carro ou a minha "fina stampa", mas logo fiz amizade com uma indiana, tipo Farah Diba, muito elegante e lindíssima... não entendi bem, mas acho que de alguma família real ali do Oriente.

Sugeriu-me um restaurante... restaurante, aquilo era um pedaço do céu. Garçons usando roupa de grife, servidoras usando Balanciaga. O maitre, para terem uma idéia, usava um Sky moom Tourbillon, da Patek Philippe. Um dos mais caros, se não o mais caro do mundo.

Fomos atendidos e eu escorado no meu cartão de crédito internacional pedi, para mim, uma dose de Dalmore porque o preço naquele dia era promocional, ou seja, 33.000 euros a garrafa e para a Farah, digo, para a indiana, um champange. Ela escolheu uma garrafa de Perrier Jouet – “ Curve Belle epoque” -preço acessível também: 1.000 euros.

E assim passamos a noite. Finalizando-a pedi um Lafitte 1989 e para ela um Catena, um varietal Cabernet, vinho Argentino que ela conheceu no Brasil.

Na saída, foi-nos oferecido um cafezinho. O maitre disse:

-Como sei que o senhor é brasileiro, vou providenciar um Kopi Luwak; Deus! Quarenta dólares a xícara....mas que café! O brasileiro vai ter que comer muito feijão para se assemelhar.

Fomos para o hotel. Eu para o terceiro andar e ela para o sexto. Não deu o menor sinal de que....tudo bem. Sedução com êxito, em uma noite, só no Pinguim, em Ribeirão ou no Bola sete, em Araçatuba.

Como sabia que iria encontrá-la no dia seguinte, encomendei ali mesmo no hotel, uma joia que estivesse à sua altura. Trouxeram logo o N.1 Majestade Imperial, acho que confeccionado a pedido da Rainha Vitória. Não gostei mas o preço era convidativo: 155.000 mil euros. Acabei ficando com o “ Diamante da Esperança “, a gema mais cara do mundo, pesando cerca de 45,52 o quilate. Como o preço era uma pechincha, comprei.
Pensei, se formos para o mesmo andar esta noite, ela leva o presente, ou melhor, trocamos as joias.

Passamos um dia maravilhoso, fomos a um leilão de obras famosas, arrematei O Retrato de Adele Bloch-Bauer por 150.000 dólares, jantamos, conhecemos outros vinhos, fumei um Cohiba, mais para fazer pose e... hotel.

No caminho, o desgraçado do Bugati Veyron travou as rodas, bati com a cabeça no para-brisa, juro, o Fusca nunca fez isso comigo. Como eu falei no início, tive.