segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
O barco
Quando abri a janela senti o ar frio
Invadiu minha alma, flamejando
Queimou meu coração e o partiu
Deixou meu espírito delirando
Olhei ao longe e vi o mar
As ondas vindo como sonhei
Batendo nas pedras sob o luar
tocando a areia por onde passei
Um barco embriagado dançava na noite
entre cobras e corais bailava sem rumo
ziguezagueando, açoitado pelas ondas
Sem velas, sem cais, sem prumo
Fechei os olhos e imaginei seu destino
Quantos lugares visitou? Para onde iria?
Talvez fosse apenas um devaneio de menino
Quem é seu capitão? Quando enfim voltaria?
Quando abri os olhos vi
Vi que meu barco não estava mais ali
Desapareceu no meio da noite branca
Levou meus sonhos, alma e inocência
A infância, o coração e a esperança
Deixou apenas a visão do mar
a única que ainda me encanta.