Pegue embalo na ladeira,vá perdendo altitude,caia na realidade ,conheça a magnitude do abalo que embala as estruturas da cidade,onde o homem acordado sonha com a felicidade,e essa fantástica utopia vai pagando a prestação,de vida a caixa vazia ausente em presente ilusão a alma vendida ao diabo enquanto o corpo busca paz e imagina o horizonte com medo de olhar para trás.
E alem do mais,teu sonho alimenta a cidade,esse monstro que se cria ao devorar dignidade.
Por entre ruas sempre cheias de pessoas tão vazias,caminhando sós, alheias dentro de suas fantasias,fora da realidade submerge a multidão que comanda cega as rédeas da própria corrupção,entre o som do vozeirio desvairado e delirante que dilui o individuo numa massa dissonante que com pedras molda o mundo a primitivos ideais e arranha o céu com seus altares feitos de nobres metais.
E além do mais,teu sonho alimenta a cidade,esse monstro que se cria ao devorar dignidade
E um grande circo então se arma em torno da sociedade, e embriagando-se os sentidos patrocina-se a vontade do anuncio que propaga na armadilha cintilante as cores vivas do néon atraindo o destino errante,pelo atalho na corrida que organiza o vencedor,cada qual aposta a vida ou guarda em frascos seu suor,vendo o desejo com o tempo sem valor frente a razão mostrar-lhe o pescador de outrora preso a rede da ilusão.