domingo, 29 de maio de 2011
Quebra de rotina
Há cinco anos trabalhando como assessor de imprensa sempre surge um novo assunto a cada empresa que atendo. No começo me sinto peixe fora d’água e acho que JAMAIS darei conta de acompanhar a nova atividade – descoberta e interação em tudo. Desta vez não foi diferente.
Com um mês na nova assessoria, fui cobrir e atender aos jornalistas que participavam de um evento de produção e reprodução de gado de leite. Imagina...
Pra mim, o palestrante falou em russo. O evento todo. No final, um sorteio aos participantes. O prêmio? Um DESCONGELADOR DE SÊMEN. Pronto. Novo mundo. Algo que eu SEQUER imaginei existir. E aqui vou eu. Quebra de rotina.
Entrou o fim de semana e eu estava sem internet. Além disso, sem jeito de conversar com meu “mor”, que passou por uma cirurgia na boca e o único diálogo entre nós acontecia em mensagens no celular, porque não podia falar. Ok, novo pra nós dois. Mas sobrevivemos.
Saí para cortar o cabelo – o que não aconteceu porque estava LOTADO – e depois fui ao shopping dar uma volta sozinho. Ver livros, DVDs e revistas. Gosto muito!
Ao entrar no ambiente com ar-condicionado, o clima de Páscoa. Decoração com coelhos e ovos em cestas junto a cenouras? Não. Coelhos no tamanho de seres humanos e vestidos com trajes teatrais. De balé a cancan. I-NU-SI-TA-DO. Não me agradou, mas surpreendeu. Nova quebra de rotina.
Ao chegar à livraria do shopping, dei uma volta pela área de livros e revistas, depois subi ao andar de CDs e DVDs. Com a temporada de uma série que gosto muito em mãos, quis checar o preço. Só por curiosidade. O código de barras estava tampado por uma etiqueta colocada no estojo acrílico que protege o DVD.
Desci ao andar de livros e procurei um atendente. Ao ver a situação, o funcionário comentou: “nossa, quem será que foi o GÊNIO que colocou o DVD com o código virado para a etiqueta da caixa de proteção?!”.
Muito atencioso, o funcionário abriu a proteção, checou o preço e me devolveu o produto inconformado por eu – cliente – ter passado por isso. O atendente usava um aparelho para audição em uma das orelhas e notava-se claramente que tinha algum tipo de deficiência mental, como um atraso. E lembrando: ELE MESMO ficou inconformado com a situação – “quem será que foi o GÊNIO?!”.
Não teve jeito. Agradeci e ele disse “não seja por isso”. Gostei da atenção e da surpresa na situação, quebrou a rotina, levei o DVD.
No fim da tarde, tive o chá de bebê do filho do meu melhor amigo. Tem a minha idade, o conheci na faculdade, meu melhor amigo. Está casado e será pai. Quebra de rotina. Mas este assunto fica para o próximo texto.
Poucas coisas me incomodam tanto como o fato de todos os dias, acordar, comer, trabalhar, comer e dormir. E ficar nisso. Rotina. Isso me quebra.