sexta-feira, 22 de julho de 2011
Recrutamento e seleção
Enquanto eu pedia a conta, uma amiga comentava “é... Matheus, está tudo ótimo. Tudo caminhando bem demais. Estou ‘tirando’ bem no emprego novo. Adorei o carrinho que acabei de comprar, agora só me falta arrumar alguém”. No apê de outra, “nossa, Samy – meu apelido de faculdade, não ria! – graças a Deus passei nessa entrevista. O que mais quero agora é um namorado”. E no trabalho, “ah, Má, me apresenta um amigo bacana vai?!”.
Há – pelo menos – quatro meses, um certo cara sempre está por perto. Bonito, tem um emprego legal, cursa faculdade e é louco pra ficar com ela.
Seja de manhã, almoço, meio de tarde ou final de expediente, lá está o fofo. Como uma assombração. Como o menino fantasma de O Grito – que tem até AS AXILAS pintadas de branco – ele surge! Parado. Vidrado nela. Esperando um sinal da Fulana. Qualquer coisa, um “oi”. Ou, como em seus sonhos mais eróticos, um simples convite para almoçarem juntos. Nada.
E o pior é que ela o matém por perto. Quem? A Fulana. Umas destas que vez ou outra solta uma das frases do começo deste texto para o Matheus, Samy ou Má aqui. Pouco importa qual seja. O discurso é o mesmo e a atitude idem.
Fazendo mais geada que a Tempestade (do X-Men) sobre o menino, um dia ela cedeu. Meu empurrãozinho foi: “Fulana, não quero mais ouvir você reclamar que não tem alguém, enquanto você não der a chance de conhecer os caras”. Ela topou. Trocou mensagens pelo celular. Conversas no MSN. Disse que iria rolar. E... nada.
“Ah, ele quer que eu vá buscá-lo na faculdade para sairmos, acredita?!?” – Dei o sermão dizendo que este podia ser um cara bacana e que ela perdeu a oportunidade de conhecê-lo e a entreguei para o Senhor que a todos aceita. Amém.
Se tratando de homens que sirvam para as Fulanas, Beltranas e Sicranas, quais os requisitos para que eles sejam aprovados neste Recrutamento e Seleção? Diploma? Carro? Tem que ser alto? Se for amigo, não serve?
Amigos há anos e rolou um beijo. “Legal, Beltrana. E você curtiu?”, perguntei – “Muito! Foi uma delícia. Nossa, e que PEGADA!” – “Aeee... ótimo! E vocês já se falaram depois disso?” – “Não. Mais ou menos. Já mandei um e-mail pra ele dizendo que não muda nada na amizade que sempre tivemos e que não vai acontecer de novo”.
Mais um currículo que ficará no banco de (sem) talentos destas mulheres. E aí vai mais uma, Senhor. E prepare-se que terão muitas outras. Te aviso quando chegar a vez da Sicrana. Amém.