terça-feira, 8 de novembro de 2011

Estudo acurado sobre os westerns de Anthony Mann


Paulo Néry

Difícil comentar quem seria o maior de todos os diretores do gênero Western: John Ford ou Anthony Mann? Contudo, como estamos a falar na categoria genuinamente norte-americana, nos concentramos em fazer uma breve comparação entre os cineastas.

John Ford (1895-1973) era um artesão, um mestre contador de histórias, que iniciou sua carreira ainda na fase muda do cinema, e todas suas obras contém uma mensagem de heroísmo, honra, coleguismo, amizade, e patriotismo, que futuramente seria representado ninguém mais e ninguém menos do que Marion Michael Morrison, o “The Duke” John Wayne.

Através de Ford, Wayne personificou o herói americano por excelência. Entretanto, os heróis de Ford tendem a ser em alguns filmes personagens firmes e decididos, intocáveis e indestrutíveis, nada parece abalá-los, o que vem a diferenciar dos mocinhos apresentados nos westerns de Anthony Mann (1906-1967). É dele e de seus westerns que faremos uma análise acurada. Críticos atribuem a Mann o papel de renovador do gênero, por construir personagens mais realistas do que os compostos por John Ford e Howard Hawks, dois cineastas que servem de referência para o que há de melhor do gênero.

Anthony Mann, cujo nome verdadeiro era Emil Anton Bundmann, nasceu em 30 de junho de 1906. Após terminar o colegial em 1925, juntou-se uma trupe Off-Broadway como gerente de palco e ator, direcionando para o estágio no início dos anos de 1930. Em 1938 ele deixou Broadway para trabalhar para David O. Selznicks como diretor de elenco e supervisor dos testes de tela, depois de se mudar para a Paramount como diretor assistente. A partir de 1942, agora conhecido como Anthony Mann, começou a dirigir filmes de baixo orçamento para a RKO e República.

Faleceu em Berlim, em 29 de abril de 1967, de um ataque do coração fulminante, enquanto dirigia “O Espião de Dois Mundos”, que foi terminado por seu astro principal, Laurence Harvey (1928-1973).

É sabido que, além de faroestes, Mann também dirigiu outras obras, inclusive grandes espetáculos épicos, como “El-Cid” e “A Queda do Império Romano” (também chegou a dirigir algumas cenas de “Quo Vadis” em 1951, mas sem créditos, que ficou a cargo de Mervyn Le Roy). Estava escalado para dirigir “Spartacus” e chegou a iniciar os trabalhos, mas se desentendeu com o astro Kirk Douglas (que era o produtor), que colocou no lugar o jovem Stanley Kubrick (1928-1999).

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