O Excluído
Uma sinfonia de palavras tortas
Uma dança de pensamentos embaralhados
Um segundo de silêncio
No qual a mesma coisa se repete infinitas vezes
A mesma imagem diante dos olhos fechados
A mesma pergunta grudada na garganta
O mesmo erro vulgar que lhe persegue a noite inteira
E consegue encontrar-lhe na escuridão do quarto
Com um gosto amargo na boca
Com um cigarro apagado
E um reflexo desfigurado
Procurando algo para me agarrar
O mesmo erro vulgar
Que dura por um segundo infinito
No qual a vida parece se desfazer
No qual os pensamentos são apenas sombras de algo que já foi um sentimento
O mesmo segundo infinito que se repete a noite inteira
E quanto mais tento fugir
Mais perto ele chega
O mesmo segundo infinito no qual me encontro
Perdido por aí, roendo as unhas
Como em uma letra de tango
Procurando o gosto que estava em minha boca
Procurando o toque que me acalmava
Procurando a doce voz que se esvai enquanto eu permaneço aqui,
Com o coração na mão,
Tentando diferenciar a realidade da fantasia,
Tentando preencher o vazio que esta dentro de mim
Tentando acabar com este segundo que persiste em durar
O mesmo segundo infinito
Em que estou perdido por aí
Tentando fugir de tudo que já fiz
Tentando tirar o gosto amargo do arrependimento da minha boca
O mesmo segundo infinito,
Que repito todas as noites em mente
Procurando um final com um gosto diferente
O mesmo segundo infinito no qual me encontro
Perdido por aí, roendo as unhas,
Como em uma letra de tango,
Tentando te esquecer
Mas,desejando ter você de volta.