sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Cala a boca, Maurice...


Texto de Hamilton Brito

Uma Academia de Letras tem a finalidade de cultivar a língua e a literatura nacional. Temos a nossa aqui em Araçatuba e os objetivos acima mencionados, ela luta por cumprir.

Fui buscar no discurso de Machado de Assis, no longínquo julho de 1987, a certeza de que os nossos acadêmicos procuram atender ao apelo que o grande escritor fez no seu discurso de posse, como presidente:

“Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para que eles o transmitam aos seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira”

Fiat lux....lux, no caso, o Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras.
Criador e criatura, hoje, esquecendo ligeiros e ocasionais percalços, se integram em cultivar a língua e a literatura nacional. Ultimamente, também a literatura “ da casa”, posto que diversos autores da cidade tiveram suas vidas e obras levadas às escolas na Semana da Literatura. O meu grupo, já no ano passado, falou da escritora Rita Lavoyer. Este ano, falamos de Marilurdes Martins Campezzi e de José Geraldo Martinez.

A meninada quis saber sobre eles, o que faziam, onde moravam, disputaram os seus livros e se entusiasmaram...parece que desconheciam que aqui temos os nossos escritores e que eles são tão bons quanto.
“ os confrades e confreiras que, até agora, mais deram respaldo a Helio Consolaro nesta significativa obra que é o Grupo Experimental da AAL... foram Cecília Ferreira, Tito Damazo e Lúcia Piantino”.

Ainda estão presentes; mais diretamente Cecília Ferreira, Marilurdes Campezi, Yara Pedro e mais à distância, mas nunca negando uma palavra de incentivo e carinho os demais, dentre os quais, destaco por imperioso, o professor Tito, a acadêmica Maria Luzia Vilela, minha querida amiga e a minha também muito querida, professora Maria Aparecida Baracat.

Mas voltemos ao Maurice, que outro não é senão o Maurice Druon, escritor que escreveu o sanguinário Chat dês Partisans; o cidadão, na velhice, deu uma de machista, bombardeando a entrada das mulheres na Academia Francesa de Letras. Dizia que elas, se admitidas, fariam grupos “ tricotando” durante as discussões sobre o dicionário.

Mon Dieu! Não seria “bunitinho” ver a Lula, a Cecília, a Yara, a Cidinha, a Pinhatino, dona Maria Luzia, fazendo os seus tricozinhos durante as reuniões acadêmicas?

Ainda bem que o Maurice perdeu a batalha; esteja onde estiver, o danado deve estar vendo o que estão fazendo as nossas acadêmicas.

...e Deo Gratias!