Texto de Ventura Picasso
Em pleno verão brasileiro e após vitória nas urnas, a presidente Dilma Rousseff, no sétimo dia de governo sem missa, é analisada por certos jornalistas que divagam sobre a capacidade administrativa da ex-ministra: “Ela está perdida entre os 37 ministros”, o que será do Brasil?
Enquanto chove muito no Planalto Central, o ex-presidente Lula descansa merecidamente, no Forte dos Andradas, acompanhado da família. O bloco do ‘pode não pode’, está nas ruas de camisas pretas iguais as do Duce (condutor), mas é difícil apagar, rapidamente, um governo brilhante, com 87% de aprovação. Por direito Lula pesca na Base Militar perto da Praia do Tombo.
Reprovado, o ‘ex-cronista’ esportivo Flávio Prado opina, na sétima minuta contratual do Ronaldinho Gaúcho, que jogador de futebol deve manter-se virgem até os 40 anos de idade.
O sexo é uma condição de momento, seja antes ou depois do jogo e em qualquer lugar. A pulsão sexual e alimentar exige um mínimo de prática, não é possível sublimar. Na flor da idade, o Sistema Nervoso Autônomo é muito exigente. A repressão moralista, por tratar-se de um atleta, não se justifica, mesmo porque, a juventude é revolucionária.
O presidente do Grêmio, incompetente, quer colocar a opinião pública contra o ‘camisa dez’ amigo do Berlusconi. Chorava todo mundo, alguém disse ‘não’. É bom saber dizer ‘não’.
Nesse contexto, por seu lado, o profissional do futebol faz malabarismos com a Jabulani (que não viu) e com o marketing mundial, essa é a dele. Por outro lado, os dirigentes amadores e amantes das ‘ilusões otimistas’, esbravejam atrás dos alambrados ideológicos, observados ao longe por Roberto Assis, o mano do craque, cansado de dizer: “Não é comigo, é com o Milan a liberação do jogador”.
Agora, o time está completo; Só faltava ele, o ministro dom João Braz de Aviz, dizendo por aí que “a presidente Dilma precisa explicar melhor as suas convicções religiosas para que o diálogo possa progredir”. Dom João é a inteligência iluminada do poderoso Vaticano.
Eu não seria tão rigoroso com Dilma Rousseff, mesmo porque, esse João Braz é ministro da Cidade do Estado do Vaticano. Uma Monarquia Eclesiástica eletiva e vitalícia. No Brasil o Estado é laico e democrático, podemos discutir e defender contra ou a favor os temas que nos são caros: aborto; eutanásia; contracepção; clonagem; homossexualidade etc. Tudo isso que existe há séculos, não deveria existir, pelo menos entre nós, mas existe e nos querem proibir o debate; e entre eles?
Dia 7 de setembro é feriado nacional. Desde 1822, Portugal uma monarquia, com certas semelhanças ao sistema político papal, El Rei deixou a colônia brasileira, sem explicar suas convicções, e retornou à Europa. Napoleão fez uma parte.
É mais confortável, para Dilma Rousseff, ‘que não chora mais’, estar perdida entre os 37, do que enrolada na língua afiada do arcebispo. Ainda bem que o ministro não é nosso é do Benedito 16. Será?