terça-feira, 12 de julho de 2011

Com o tempo...


Com o passar do tempo o amor não era mais calmo. Tornara-se espaçado
E cheio de paixão.
O toque chegava a doer.
...Uma sofreguidão intensificada pela urgência do relógio.
Com o passar do tempo, não mais prestávamos atenção aos detalhes, os
Beijos tornavam-se mais curtos e a vida mais corrida.
Passou-se uma década.
Quando te vi de novo...

As pernas estavam dentro do rio até a altura dos joelhos, a bermuda molhada.
O dorso nu vermelho, castigado pelo sol.
Nas mãos uma vara de pescar. O olhar fixo no rio, tão distante.
E me dei conta que era isso que você amava.

A liberdade, o vagar das horas, o pensamento absorto, a auto-suficiência.
A luta solitária entre o pescador e o peixe; entre o caçador e a caça...
Nunca se entregando totalmente; nunca confiando o suficiente;
Sempre precavido, não se deixando conhecer por inteiro.
Dá próxima vez que te amei, eu era igual o pescador; cheia de métrica, de
Suspiros contidos, de lágrimas guardadas e o coração ferido preso pelo anzol