Mas de lá pra cá, houve muitas interpretações deste personagem que vem encantando gerações (para aqueles entre 55 a 40 anos, as reminiscências ficam por conta dos desenhos do herói que eram exibidos na TV nos anos de 1960 e 70 no saudoso Clube do Capitão Asa, apresentado por Wilson Viana (1928-2003), onde também eram exibidos Homem De Ferro, Hulk, Namor, Homem de Ferro, e o Homem Aranha).
Não é a primeira vez que o “Sentinela da Liberdade” é levado às telas do cinema, pois o herói já emplacou em outras versões cinematográficas, bem como também na TV, e aproveitando o embalo do sucesso desta nova produção que vem arrecadando sucesso de crítica e público, vamos falar brevemente da origem de sua criação nos quadrinhos e sua transposição para a Telinha e para a Sétima Arte.
O Capitão América surgiu em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, na revista Captain America Comics, da Timely Comics (hoje Marvel), criado por Joe Simon (ainda vivo quase centenário) e Jack Kirby (1917-1994). Seu primeiro número vendeu rapidamente mais de 1 milhão de exemplares e fez de Simon e Kirby notórios da noite para o dia.
Segundo Simon, O Capitão América foi criado para divertir, não era propaganda, embora isso não tenha impedido que os simpatizantes nazistas nos Estados Unidos nos criticassem. Simon ainda lembra aquela idade de ouro na qual os Estados Unidos, em um período de alguns anos, dotou-se através da história em quadrinhos de todos os super-heróis possíveis e imagináveis, inclusive até em excesso.
A indústria das histórias em quadrinhos começou com o Superman e, quando os super-heróis começaram a ter sucesso, todas as editoras quiseram subir nesse trem, disse Simon. Mas, segundo ele, depois da Segunda Guerra Mundial muitos dos novos personagens não conseguiram mercado porque havia uma saturação de super-heróis nas bancas.
Capitão América, ou Steven Grant Rogers (mais conhecido como Steve Rogers), era um garoto americano franzino, nascido no Lower East Side, em Manhattan, Nova York, que queria participar do esforço de guerra contra os nazistas.
Mesmo recusado pelo exército, Steve se inscreveu em um programa de pesquisas militares. Por seu caráter perseverante foi escolhido entre muitos para ser cobaia do “Soro do Super-soldado” desenvolvido pelo Dr. Reinstein no experimento especial, "Operação: Renascer".
Logo após a aplicação do soro, o corpo de Steve se desenvolveu de maneira assustadora, criando músculos e resistência sobre-humana. Por obra do destino, Reinstein foi assassinado por um espião logo após o sucesso do teste de Steve, e a fórmula morreu com ele. Assim Steve foi o único super-soldado criado no projeto.
O Governo lhe deu um uniforme, um escudo e o nome de Capitão América. Bucky,um pré-adolescente, tornou-se seu parceiro e juntos lutaram na Europa durante a guerra.
Na Alemanha encontrou o Caveira Vermelha, braço direito de Hitler, que se tornou seu pior inimigo. O fim da Guerra foi também o fim do sonho. Bucky morreu, e o Capitão, ao cair de um avião nas águas geladas do Canal da Mancha, foi dado como morto e ficou congelado por décadas no Ártico.
Mas não demora, três anos depois, em 1944, a fabulosa Republic Pictures, responsável por inúmeros seriados das matinês de sábados e domingos nas décadas de 40 (e precursoras até mesmo das séries de TV) lança pela primeira vez um seriado para o cinema de 15 capítulos sobre o herói recentemente criado. Entretanto, nada fiel ao personagem e aos eventos que o cercam.
Com um clima mais detetivesco , o seriado Capitão América tem cenas de lutas espetaculares e uma narrativa que consegue prender o espectador a cada episódio, com finais que sempre colocam o herói em uma cilada, instigando os espectadores sobre o que viria no próximo capítulo, pois assim eram os seriados de cinema, para ver a sequência de um capítulo e saber se o herói conseguiu escapar da armadilha teria que comprar entrada na semana seguinte para saber como tudo aconteceu.
Steve Rogers na verdade era o promotor público Grant Gardner, o seriado não se passa na guerra, nem tem nazistas como vilões, o herói usa os punhos e as vezes revólveres ao invés do famoso escudo, e a própria identidade do Capitão América, como já foi dito, é outra, sem contar é claro que sua máscara não tem as asinhas que tão bem o caracterizam.
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