domingo, 4 de setembro de 2011
Confiteor
Você é realmente livre?
Perguntaram-me e sinceramente acho que sou mas confesso que às vezes...
Temos liberdade de fazer tudo o que nos dá na cabeça?
Na verdade, sempre que se assume um comportamento ético, o cidadão está abrindo mão da sua liberdade para obedecer o código de conduta que a sociedade elaborou através dos tempos e no qual ele ,livremente, se inseriu. Poderia não tê-lo feito, como muitos.
Ele é livre para obedecer ou não ao contrato social e ai reside o exercício do livre arbítrio.
Então, não acredito em destino, que seria aquela sucessão de fatos que podem ocorrer ou não, considerados como resultado de causas independentes da vontade do homem.
Se eu escolho e gerencio bem o meu projeto de vida, as causas independentes que possam ocorrer e que possam prejudicá-lo serão frutos de variáveis ligadas à mecânica social nos seus mais diversos aspectos e nunca algo que remeta a ter sorte, fado , fortuna.
Exemplo: uma poupança arduamente conseguida ser abatida por uma situação econômica adversa, para mim, não tem nada a ver com sorte.
Assim use bem a sua liberdade, até porque, como disse Jean Paul Sartre: “ estamos condenados a ser livres “.
Nossa liberdade é dócil; a indócil, como disse Shakespeare “ é domada pela própria desgraça “
E como pode ser esta desgraça?
Pode vir na forma de um voto mal dado em uma eleição.
As eleições estão chegando.O tempo que no separa dela não é bastante para as nossas reflexões, para uma pesquisa bem elaborada sobre o nome com maior probabilidade de uma boa gestão da coisa pública. Se eu escolho bem, após demorada análise, diminuo as probabilidades de variáveis negativas que possam prejudicar meu próprio projeto de futuro.
A história da cidade não está ligada apenas às pessoas que circunstancialmente a tenham dirigido , mas a todos os seus habitantes. Se há culpados pelos erros cometidos, somos todos.
Quando se lê certos editoriais sobre as ações de governo , fica-se a pensar que ...não há governo.
Outro dia li que os governos sabem arrecadar mas não sabem evitar roubos como se fosse só atribuição do governo fazê-lo. Um governo, somos toda a sociedade constituída. Se há falcatruas, malversação da coisa pública é preciso que se tenha em mente que não só o executivo é governo. O Legislativo e o judiciário também são.
Temos ainda um instituto jurídico chamada AÇÃO POPULAR que é um instrumento que pode ser usado por qualquer cidadão que esteja na posse dos seus direitos políticos, sempre que julgar que o patrimônio público esteja ameaçado. Pouquíssimos o usam.
Mas pode-se evitar tudo isso votando bem, usando da liberdade de decidir pela melhor opção mas é um exercício que se desenvolve progressivamente, durante toda uma vida.Usar de uma convicção responsável nas nossas decisões não é coisa de momento. É preciso praticá-la.
Se você é um eleitor jovem, pense nisso. Depois, ficar pelos bares da vida , pelos jornais e outras mídias, denegrindo a imagem de qualquer governo , não adianta nada. Não foi você quem escolheu mas foi o seu pai, seu irmão, é a sociedade à qual você pertence.
O seu carro caiu em buraco , quebrou a roda, o eixo ...o culpado pode ter sido você. Primeiro porque não brecou a tempo. Depois porque não soube votar.
Como se pode ver: é simples.
Omissione?....mea culpa?
Mea não....tua.