segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Fora de comando


Paty Michele

Instalou-se o caos na cidade. Um terço(?) do efetivo da polícia militar encontra-se em greve desde o dia 31, e com isso a bandidagem aproveitou para aterrorizar a população, promovendo saques, assaltos, assassinatos e toda sorte de delitos que se pode imaginar.

Enquanto isso, nós, cidadãos de bem, estamos acuados, trancados em casa, amedrontados, impedidos de sair às ruas. Então nos prostramos em frente à TV e assistimos estarrecidos, porém sãos e salvos, a esse circo de horrores.

Esse é o retrato da nossa Salvador, a capital da alegria, que já foi cantada em verso e prosa, e se encontra nesse momento refém de maus políticos, homens incapazes de gerenciar um conflito que tomou proporções absurdas. A greve da PM baiana é a crônica de uma morte anunciada. A insatisfação da categoria já era de conhecimento público. Nossos policiais trabalham em condições sub-humanas, são submetidos ao stress diariamente e recebem um salário que não é condizente com o perigo a que se expõem.

Acho a greve legítima. Toda categoria profissional tem o direito de fazer suas reivindicações, mas não podemos ser coniventes com um movimento pautado em atos de vandalismo. Há rumores de que alguns policiais andaram espalhando o terror pela cidade, fechando avenidas de grande circulação e promovendo boatos de arrastões em alguns bairros.

A essa altura o que todo mundo se pergunta é porque num momento crítico como o que estamos vivendo nesses dias apocalípticos, os governantes (prefeito e governador) encontram-se fora do estado. E ao invés de tentarem negociar com o comando da greve, solicitam intervenção das forças armadas. Nesse exato momento há soldados do exército posicionados nos principais pontos da cidade, tentando manter a ordem. Mas os bairros populares continuam ao Deus dará.

E eu me pergunto: Até quando?