sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Meninas D20


Texto de Matheus Farizatto

Quando se trata de jogar os dados para avançar no tabuleiro do Jogo da Vida, será que as meninas de 20 anos sabem quais os resultados que querem obter?

Mais independentes para escolherem como levar a vida e com tempo pela frente para fazer tudo acontecer, será que as meninas D20 sabem lidar com todas as opções que têm?

Antes mesmo da TV e o computador incentivarem a individualidade nesse povão de meu Deus, as mulheres já tinham seu espaço no mercado de trabalho e dançavam rock ‘n roll sem precisar dos homens – ISSO TUDO ainda na DÉCADA DE 60.

A pílula anticoncepcional completou 50 anos de existência em 2010 e com ela comemora-se também a liberdade sexual das mulheres, oferecendo a elas a escolha sobre quando querem engravidar e SE QUEREM engravidar. AEEEEEEEEEEE!!! PRÚVEITA BOBA!

Com tanto controle nas mãos, o que querem as meninas D20? Quais são suas prioridades? Estudos? Carreira? Relacionamento? Independência? Diante de todas as possibilidades, elas são capazes de resolver aquilo que é melhor para elas sem interferência externa?

Acho que não. E isso me D-E-S-A-P-O-N-T-A muito. PUTA MERDA, MULHERADA! FAZ ISSO NÃO!
Publicitária, 24 anos, quando fala de suas prioridades diz que o investimento na carreira e na educação é seu principal objetivo. No trabalho, ela gerencia sua própria equipe. Quer fazer sua pós-graduação e curso de idioma. Sem namorado. Mora com os pais. O lazer consome 60% de sua renda. O resto ela gasta em seu carro e roupas. Ainda consegue guardar um pouco. Planeja morar sozinha no próximo ano. Quer “mais liberdade”.

E quando o assunto são seus planos de longo prazo: “daqui a uns cinco anos, penso em ter um relacionamento sério, CASAR E TER FILHOS”, afirma. “Tudo certinho, como manda o figurino.” Ela diz que depois de casar não pretende abrir mão da profissão, mas que vai trabalhar menos para se dedicar ao marido e aos filhos: “A ideia é trabalhar bastante agora para poder reduzir depois”.

PUTA QUE A PARIU E DEPOIS DE OUVIR ESSA, MORRO DE DECEPÇÃO E SOU ENCONTRADO DENTRO DO ARMÁRIO, COM A CARA CINZA, OLHEIRAS PRETAS E A BOCA ESCANCARADA COMO AS VÍTIMAS DA MENINA DO “O CHAMADO”!

Como assim essa infeliz tem tudo o que quer e diz que quer morar sozinha para ter mais liberada e afirma que EM 5 ANOS ela assume que quer FUDER COM TUDO? Pelo amor do CLAREAMENTO DE AXILAS, alguma menina D20 me explica isso, pÚ favÔ?

Essa publicitária aí foi personagem de uma matéria publicada pela revista Época em setembro deste ano junto a uma pesquisa sobre o perfil dessas mulheres de 20 anos que se acham PHODÁSTICAS, mas que ao se aproximar dos 30 viram ABÓBORAS CABOTCHA nas marmitas de seus maridinhos barrigudos – poróntúphaleyhi.

Entre as conclusões de um levantamento feito pela Sophia Mind – que nome é esse? – empresa especializada em comportamento e tendências no universo feminino está que a maioria das meninas D20 pensa em: terminar a escola, sair da casa dos pais, tornar-se independente financeiramente, casar e ter filhos – ACABA AQUI, ENTENDEU? FILHOS É O FIM DOS PLANOS. DAÍ PRA FRENTE É SÓ VIVER PARA OS OUTROS, não existirá mais “EU” para essas mulheres.
“EU” = 20 ANOS / “ELES” = RESTO DA VIDA

“As garotas têm mais dinheiro, mais sucesso, se vendem como modernas e avançadas, mas, no fundo, querem manter o que a mãe e as avós tinham”, disse a antropóloga, Mirian Goldenberg, à reportagem na Época.

PARA MIM, Matheus Kidelícia Farizatto, é difícil replicar isso, mas: “a nova mulher ainda espera encontrar o homem ideal, casar na igreja, ter filhos e ser feliz para sempre. A mulher brasileira mudou, mas não abre mão do outro poder, aquele que a mãe e as avós tinham, que é o poder doméstico”, diz Mirian – ESTOU CHORANDO MUITO NESSE MOMENTO... depois continuo a escrever...
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DADOS TRISTES by Sophia Mind:
73% de jovens (19 a 28 anos) da classe média respondem que desejam se casar na igreja.
53% disseram que pretendem se casar entre 25 e 32 anos.
32% das jovens brasileiras não sentem pressão alguma dos pais para casar – NÃO SENTEM, NÃO É CULPA DOS PAIS... As demais percebem algum grau de pressão familiar.

E – com o rolo de papel higiênico pela metade de tanto assoar o nariz – LEIO: “a maioria das solteiras ouvidas pela pesquisa acredita que o casamento vai melhorar quase todos os aspectos de sua vida”. Rarráááááááááá... VOLTA PRA POKEBOLA, MINHA FILHAAÁH!

Mas as entrevistas com as jovens casadas mostram que não é bem assim – APELO: mande esse trecho para TODAS as suas amigas:

- No casamento, elas ficam menos satisfeitas com a própria aparência, sentem que dobrou a quantidade de tarefas domésticas, seus investimentos pessoais diminuem e o número das que estão endividadas cresce.

- A pesquisa mostra que a maioria das brasileiras que dizem “sim” concorda em assumir mais de 80% das tarefas domésticas.

- Apesar de 81% delas acreditarem na união eterna e esperar por ela, boa parte das entrevistadas (46%) revela-se conformada com a alternativa: se o casamento acabasse, ficariam tristes, mas seguiriam a vida, graças à independência financeira que 98% das solteiras pretendem manter após o casamento – o bastante para pagar TODAS AS TERAPIAS e TARJAS PRETAS que a escolha ao final de seu momento “menina D20” as trouxe.

Acabei. Pode comentar.
Menino ou menina. D20 ou mais, ou menos.
MANDA BALA!

Agradecimento especial ao Marcelo Daltro que desenhou as imagens deste post especialmente para o texto. MUUUITO OBRIGADO, Marcelo!