quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O que se passa neste coração?


O que fazer quando o medo lhe impede de tentar ? Quando a esperança, sendo a ultima que deveria morrer, se torna, neste caso, uma das primeiras ? O que fazer quando nem os ossos do ofício sustentarem mais as teorias ? Ou até mesmo as lágrimas só servirem para filtrar as córneas?

Acho que deve ser o momento, os medos , as angústias, as indecisões e os apertos no coração “pré- 15” ( refiro-me a épica passagem da menina-mocinha, dos 14 ao 15).
Não sei se de tanto falarem e indagarem uma verdade absoluta que os quinze anos requer muitas pompas, imensidão de encantamento e maturidade estereotipada que me faz temer mais, quase fora do normal.

Não sei o que vestir, que maquiagem usar, que salto calçar, que sentimentos sentir, que lágrimas tentar disfarçar, que amigos compartilhar este momento, de tantos, terei que selecionar uma lista específica.

Não me gabo pelo número, confesso, tenho mais conhecidos que o homem que se diz nascido há dez mil anos atrás, no entanto, amigo para toda baboseira ser feita mesmo, para todo brigadeiro raspado de panela, para todos os conselhos piores até que os meus, ( eu não sei explicar, mas parece que temos essa noção de que tendo alguém que pense pior que você, lhe faz sentir melhor em uma situação ruim ( risos), bom..,. Minha melhor amiga sempre me diz isso.), estes sim, fora as gargalhadas descontroladas, as noites em claro com os amigos doidos e escandalosos ( admitam, esses são os melhores!) estes, eu ainda conto nos dedos .

E Graças a Deus que é assim !, afinal detesto gente que se diz amigo de boa parte do mundo mas que se quer tem alguém em que se possa confiar de ligar as 03:00 dizendo que não consegue se quer pregar o olho e quer acabar com seus créditos de vez,

Pobres seres, não tem, o que todo coração são e humilde deseja.
Carinho, afeto, parceria , risos, pessoas doces, flores e amores.
Não sentem o princípio de toda universalidade humana, a amizade.

Discutir sobre ela é piegas demais para uma mente tão complicada quanto a minha e chega a ser monótono.
Aposto até que boa parte destes que me lêem sabem descrever em um papel todas as suas melhores amizades e melhores momentos vividos com estes.
Sabem porque sentem, porque precisam, porque ajudam, e porque estão perto destes quando ninguém mais estar.

Quando a tristeza insiste em apertar neste peito já muito dolorido mas que mesmo não precisando falar nada se sente tão bem por estar ao lado de quem lhe faz bem, de quem lhe faz sorrir, de quem mesmo não lhe demonstrando em atos meramente concretos você tem a exatidão que de muitos será esta pessoa que sempre estará ao seu lado, que fará você mudar às vezes de opinião, mas ao mesmo tempo querendo que você não mude nada do que é, nem se quer um mínimo fio de cabelo.
Não lhe exige, não lhe tortura.

Ampara, cuida, ama, protege.

As melhores amizades são aquelas construídas sem um pingo de obrigação, de exigência, ou muito menos de mera influencia de terceiros.
Ela simplesmente acontece, ou se deixa acontecer, não faz questão de milhões de chamadas recebidas em um celular, de cobranças a serem feitas, de milhares momentos a serem vividos (isso é com o tempo) .

Ela aparece no momento que se mais precisa e, acreditem, no que mais dói e corrói, pois é a partir daí que você tem a absoluta certeza em quem confiar, em quem contar o que você às vezes não teria coragem de contar a mais ninguém, e quem lhe faz sentir feliz e apreciado em uma conversa jogada fora.

Esta é a essência, que embora em poucos quase já quinze anos, me permitiram saber com clareza destes detalhes.

Ah...já ia me esquecendo, como todos nós já passamos por muitos “ melhores amigos” que hoje você se quer oferece um “oi“ de vez em quando, ou liga para saber das novidades,
Passam.

Eternizam na memória, não me permito dizer no coração, isso já seria exigir demais.

Não porque eram fracas ou sem sentido de existir, tinham e muito sentido sim, mas simplesmente tinham apenas naquele momento, e utópico presente eternizado.
Naquela inocência de criança, e na falta de maturidade suficiente em achar que tudo seria para sempre, que estas supostas amizades seriam seu alicerce de amanhã.

Confesso,
este pensamento nos conforta, temporariamente,
Porém, quando nos damos por convencidos já viramos amigos até do porteiro da escola e o rotulamos também como
“ melhor amigo”, como se isso devesse ser uma coisa que pudesse ser generalizada a mero acaso.

Não é !

Como se frases como “te amo” ou “Você é muito importante” pudessem ser ditas sem um mínimo de sinceridade ou sentimento puro, e que se resumisse apenas em número.
Ou seja, quem fala mais que ama, é porque ama mais.

Oh.. Grande blasfêmia!
Vida cruel !
Devo então ser fria por dentro e por fora caríssimos, pois não é qualquer pessoa que digo uma coisa dessas, não mesmo.

Se for me relembrar destes CÉLEBRES momentos, destes ditos cujos,poderei até contar nos dedos.

Desistam, nasci para poucos, e morro por quase ninguém.

Acabaram por fim, em banalizar o essencial e se esqueceram do óbvio;
Acharam bonito amar pela metade e clichê magoar os corações femininos, e quem dirá, os masculinos também, é claro,.
( pois é, meninas malvadas!, (risos) ).
Acharam interessante terminar um relacionamento por orgulho e ter milhares de amigos em redes sociais.
Acharam “entusiasmante” ferir e consentir.
Acharam corajosos de abandonarem as bonecas e brinquedos precocemente e entrar de ressaca em festas do colegial e exagerarem na maquiagem.
Se acharam maduros, jovens velhos e auto -suficientes.

Medíocres, acharam bonito amar, sem ao menos saberem seu real significado, e que ao final das contas nem gostados por alguém foram de fato.

Me perdoem se este meu linguajar tocou na ferida de algum ser vivo ou pareceu muito “chulo” para os que me lêem,.
As palavras parecem furiosas e eufóricas e clamam para serem escritas, bom.. Faço o máximo que me é permitido.

Todavia, até um tempo atrás, admito, jurei para mim mesma nunca mais rotular as pessoas em melhores ou meros conhecidos.
Achei desnecessário, achei muito despejar confiança e afeto em uma pessoa só.

Pesos desnecessários, dores desnecessárias.

Achei que correria o risco de novamente perder as melhores amizades e das quais achava que seriam as mais sinceras.
Achei que me machucaria pela segunda vez e repetiria o mesmo erro orgulhoso de antes.
Achei que voltaria ao pior momento até então vivido por mim, da qual perdia uma tia para uma doença sem perdão ou merecimento de existir, perdia os mais íntimos amigos por um erro exclusivamente meu, observava minha família quase desmoronar fatalmente em questão de dias, vi meus pais se humilharem e chegarem no limite extremo de paciência e respeito mútuo, vi meus pais a um passo de assinarem o próprio divorcio em êxtase puro.

Vi o que rezo para nunca mais ver, ou passar.
Presenciar caos social e familiar.

Desde então nunca mais, nem em pensamento, me permiti a despejar tanto em algumas pessoas ou se quer esperar o mínimo delas,
Se isto se chamar amadurecimento, prefiro denominar de frieza, dor, medo.

Frieza de um coração que cansado de sofrer passou agora a ter medo de amar, ou confiar tanto novamente.

Porém, chega um dado momento da nossa vida que querendo ou não, arriscando-se ou estando com os pés no chão, quase grudados até, pulando de um arranha- céus sem para-quedas ou se sujeitando aos maiores sofrimentos em prol de uma felicidade eufórica, desejada e estonteante,
chega este momento que inevitavelmente você passa novamente a confiar , a se apegar, a compartilhar, a voltar a dormir não mais e simplesmente para descansar mas para sonhar, por saber que estes sonhos podem um dia se tornarem realidade.
Você aos poucos passa a construir este coração despedaçado e passa a preencher a mala com coisas novas, pessoas, sentimentos, planejamentos.
Tudo novo, de novo.

Passa a voltar a viver, a acordar para a vida , a antes de esperar, fazer acontecer, a antes de amar alguém, se amar, a antes de esperar pelo futuro incerto, viver o presente.